Saltar para o conteúdo primário

Alvorada do Nada

Äntiproduções

Procurar

Menu principal

Início
APOIA!
BⒶú da AntiⒶrte PünkerⒶ
Em memória
Escritös Dëdeistas
Faz tu!
HACKER
NØVIDADES?
ZINETECA
LADAIA
MURAL
- Fofocöre
POETIKÄOS
∅NIHILL∅
BIBLIOTECA
DISCOS
QÜEER
DITADURA
CLIPES DO NADA
- VideoKäos
SITES MARGINAIS
- Outros links
Docs PüNx !!!
MAIS NADA?

Navegação de imagens

Seguinte →

1267377_529553053875816_1453356996284216555_o

Published 20 de Dezembro de 2015 at 679 × 960 in MURAL

OS POÇOS – CAIO FERNANDO ABREU

Primeiro você cai num poço. Mas não é ruim cair num poço assim de repente? No começo é. Mas você logo começa a curtir as pedras do poço. O limo do poço. A umidade do poço. A água do poço. A terra do poço. O cheiro do poço. O poço do poço. Mas não é ruim a gente ir entrando nos poços dos poços sem fim? A gente não sente medo? A gente sente um pouco de medo mas não dói. A gente não morre? A gente morre um pouco em cada poço. E não dói? Morrer não dói. Morrer é entrar noutra. E depois: no fundo do poço do poço do poço do poço você vai descobrir quê.

“E os que dançavam foram considerados loucos por aqueles que não ouviam a música”.

Friedrich Nietzsche

Privacy policy Proudly powered by R*